
PS2 - Bloody Roar
Categoria: Luta
Discos: 01 DVD
Jogadores: 01/02 Jogadore(s)
Liberta a tua fera interior com este beat'em'up mutante, que regressa com mais personagens, mais habilidades e mais garra.Sou um grande defensor da série Bloody Roar e sempre fui, desde que o primeiro jogo aterrou na PS one há tantos anos atrás. Street Fighter, Mortal Kombat, Tekken e Virtua Fighter são todos muito bons, mas nenhum conseguiu arrebatar a minha atenção como jogador, tanto quanto a soberba, simples e viciante jogabilidade do velho BR. Após uma pequena viagem ao serviço de consolas inferiores, Bloody Roar regressa a casa, ou seja, à PlayStation (ou melhor, à PS2), fazendo de mim um coelho/tigre/camaleão feliz.
Fera nas sombrasSangrento e belo
Depois de dois anos de ausência, seria de esperar que o BR4 fosse, no mínimo, uma melhoria gráfica em relação ao seu antecessor; e é o que acontece. As personagens humanas são mais detalhadas, com o camadas de vestuário, cabelos texturados e os obrigatórios seios vibrantes. As suas formas de fera são tão espectaculares quanto o pêlo realista, as penas e as escamas a aumentar as já credíveis formas das personagens. A animação tem a mesma qualidade das anteriores versões de BR, com as personagens a movimentarem-se entre saltos e pontapés a uma velocidade alucinante, mesmo quando são iniciados os excelentes efeitos especiais. Um pouco menos impressionante é o regresso das terríveis (embora de alguma forma ternurentas) cenas cortadas, com os seus hilariantes diálogos em Japinglês.
Ferozes lutadores
A maior parte (se não todas) das personagens de BR3 chegam até ao 4, tais como Jenny the Bat e Xion the Unborn (o vilão tipo Guyver do BR3). Algumas das minhas personagens favoritas não estão presentes de início (Long the Tiger, por exemplo), mas fiquei aliviado ao saber que podem ser desbloqueadas posteriormente no modo Career (carreira). Há três personagens e meia novas em oferta; Reiji é o meu novato favorito, com a sua habilidade para se transformar num corvo gigante e subir para os céus como a Jenny. Nagi the Spurious (hã?) é um inimigo natural de Xion quando se transforma numa forma demoníaca, meio despida. Por fim, temos Ryoho e Mana. Esta personagem careca, tipo monge (Ryoho) é acompanhada na arena por uma menina vestida com um kimono (daí as "três personagens e meia..."); activa a fera e ele não faz nada, mas ela transforma-se num pequeno híbrido tipo raposa, com todo o poder de ataque de uma pistola de água. Estranho, mas também, a série BR nunca se preocupou muito em fazer sentido.
Luta como um animal
O que sempre adorei acerca da série BR foi a sua simplicidade; só tens três ataques com que te preocupares - murro, pontapé e ataque Beast (fera) - mas se utilizares combinações e movimentos ao melhor estilo de Street Fighter no D-Pad, podes libertar uma vasta selecção de espectaculares ataques. BR4 consegue complicar um pouco isto com uma barra de saúde dupla e os terríveis Beast Drives. A barra de saúde dupla liga a tua saúde ao indicador de ferocidade (que, tradicionalmente, só aparecia quando te podias transformar e quando voltavas à forma humana). Agora, podes transformar-te quando quiseres, o que te pode custar alguma saúde se o fizeres com o teu Beast Gauge (indicador de ferocidade) vazio. Quando estás na forma animal, os danos são cobrados no teu Indicador de Ferocidade, transformando-te novamente em humano quando o indicador chegar a zero e colidir com a tua barra de saúde. Quando a barra de saúde estiver vazia, transformas-te em fera automaticamente (o indicador aumenta quando sofres danos na forma humana) e fica nesse estado até seres derrotado. Confuso? Pois, eu também. Preferia o antigo sistema em que a 'transformação' era menos comum e só regenerava a tua saúde ligeira e lentamente.Os espectaculares movimentos conhecidos como Beast Drives regressam, infelizmente (na minha humilde opinião) e permitem que dizimes um adversário numa única e fácil cena cortada. Embora graficamente estonteantes e acompanhadas por mais fogos de artifício que um casamento real, estas imagens fazem com que a fluidez do combate se afaste da fluidez encontrada em jogos como BR2 e Soul Calibur II e reduz tudo a um nível de habilidades semelhantes às necessárias para carregar no botão "Detonar" de uma bomba.
Grrrr!
Os gráficos bastante melhorados, novas personagens e novos modos de jogo colocam o BR4 num patamar acima em relação ao BR3 e esperemos que consiga atrair novos jogadores para esta espectacular e imparável série. No entanto, os indicadores ligados de Saúde e Feracidade e os frustrantes movimentos Beast Drive podem encorajar os fãs de BR a manterem-se fiéis ao BR3, ou ao mais conhecido Soul Calibur II.